Numa granja, uma galinha destacava-se entre todas as outras pelo seu espírito de aventura e ousadia. Ela não tinha limites e andava por onde queria. O dono, porém, estava aborrecido com ela. As atitudes dela estavam a contagiar as outras, que já estavam a copiá-la.
Um dia, o dono fincou um bambu no meio do campo e amarrou a galinha a ele, com um fio de dois metros. O mundo tão amplo que a ave tinha, foi reduzido até, exactamente, aonde o fio lhe permitia chegar. Ali, ciscando, comendo, dormindo, estabeleceu a sua vida. De tanto andar nesse círculo, a relva dali foi desaparecendo. Era interessante ver delineado um círculo perfeito à sua volta. Do lado de fora, onde a galinha não podia chegar, a relva verde, do lado de dentro, só terra.
Depois de um tempo, o dono compadeceu-se da ave, pois ela, tão inquieta e audaciosa, era agora uma apática figura.
Então, soltou-a.
Agora, estava livre! – Disse ele.
Mas, estranhamente, a galinha não ultrapassava o círculo que ela própria havia feito. Só ciscava dentro do seu limite imaginário. Olhava para o lado de fora, mas não tinha coragem suficiente para se aventurar a ir até lá. E assim foi até ao seu fim.
“Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos próprios afetos.” 2 Coríntios 6.12
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