“Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. Tens, contudo em Sardes, uma poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 3:1-6)
Quando o Senhor Jesus diz à igreja em Sardes: “conheço as tuas obras”, não tem o mesmo sentido para com as demais igrejas, isto é, não há nem consolo nem louvor, pois logo em seguida Ele conclui:"que tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3:1). Quer dizer que essas obras tinham apenas aparência de vida, mas estavam mortas. Isso é muito forte! Imagine quantas igrejas vivem de aparência! Têm um belo templo; um belo coral; belas mensagens; vida exterior e morte interior. São como o Senhor Jesus falou: "Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!"(Mt 23.27).
É interessante notar que a igreja em Sardes, em contraste com as outras, é deixada em paz pelo diabo. Satanás nem é citado aqui, tampouco há referência a falsas doutrinas. Balaão, Balaque, Nicolaítas ou Jezabel! Também não há provações nem sofrimentos. Porquê? Justamente porque ela está morta! Ela tem aparência de vida, mas está morta aos olhos do Senhor. O contraste desta igreja com a de Esmirna é total, pois Esmirna tinha fama de pobre, mas era rica. E Sardes tinha fama de que tinha vida mas estava morta.
Infelizmente, a situação desta igreja retrata exactamente a maioria das igrejas dos nossos dias, e daqueles que se dizem cristãos, mas vivem apenas de aparência. Há um espírito enganador e mentiroso, que os faz pensar que está tudo bem. Muitos frequentam a igreja com assiduidade; pagam os seus dízimos; não fazem mal a ninguém; oram; não têm problemas por causa da fé; e, no entanto, são tão frios quanto defuntos. Vivem na ilusão de uma grande mentira.
Para salvá-los, era imperativa a vigilância. “Sê vigilante” foi a ordem dada. Porquê? Porque certamente o sono da morte eterna envolvia a igreja, e o único caminho para mudar esta situação era que ela despertasse. Às vezes, o orgulho da sensação de capacidade e inteligência impede muitos cristãos de enxergarem a miséria espiritual em que vivem. Este mesmo orgulho os faz pensarem que a rotina religiosa é o suficiente para se manterem salvos.
A ordem seguinte é: “lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido.” (Ap 3.3). É a partir de um despertamento que o cristão tem a capacidade de lembrar as palavras de Deus há tanto tempo esquecidas. Quando uma pessoa se arrepende, está mostrando humildade, e então o Espírito Santo Se incumbe de fazer o resto, transformando o interior e renovando a sua comunhão com Deus.
Comentarios