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Rute e Noemi


Rute nasceu em Moabe, uma terra pagã e imoral. O deus de seu povo era Moloque, representado por um malvado ídolo com seu corpo humano de ferro, a barriga oca, onde se colocavam brasas ardentes e fogo, para que seus braços estendidos ficassem incandescentes. E, buscando a prosperidade e abundância na colheita, os sacerdotes colocavam as crianças moabitas vivas, naqueles braços rubros, entregando-as em sacrifício a Moloque, ruflando os tambores, para abafar os gritos dos pequeninos. Era um culto satânico e cruel, como acontecia em todas as nações ao redor de Israel.

Rute, entretanto, teve a felicidade de se casar com um judeu, chamado Malom. Este era filho de Elimeleque e Noemi. Estavam morando em Moabe por causa da fome que viera sobre sua terra, Belém, da Judéia. Rute veio fazer parte de uma família feliz e especial, principalmente por causa de sua fé no Deus invisível de Israel. Ela ouvia, maravilhada, as histórias do povo de Israel. Como Deus tirara seu povo do Egito, com mão forte e braço estendido. Ouvia sobre a travessia do Mar Vermelho, como passaram, a pés enxutos, milhões de pessoas e como as águas se fecharam sobre o exército egípcio que os perseguia... Como Deus enviara o “maná”, um alimento vindo do céu para alimentar, fortalecer e trazer saúde para tão grande multidão no deserto, por 40 anos. Ela ouvia sobre as conquistas de Josué, como Deus lhe dera a cidade fortificada de Jericó, de maneira sobrenatural. E, com todos esses testemunhos, Rute creu, de todo o seu coração, e fez do Deus de Israel, o seu Deus.

O tempo foi passando rapidamente em Moabe e a tristeza do luto bateu à porta de Rute. Morreram os três homens da família, Elimeleque, seu sogro; seu esposo, Malom e o cunhado, Quiliom, esposo de Orfa, também moabita. Eram três viúvas a chorar diante de tão grande perda.

Noemi, a sogra de Rute, resolveu voltar para sua terra, Belém da Judéia. Ela se despediu de suas noras, dizendo-lhes que nada mais restava para ela naquela terra de Moabe, e que ambas, por serem ainda jovens, deveriam voltar à casa de seus pais e continuar a vida. Quem sabe ainda encontrariam um bom casamento entre os moabitas... Noemi não tinha mais filhos para lhes dar e ter descendência ali em Moabe.

Orfa voltou para a sua parentela, despedindo-se com lágrimas de sua bondosa sogra, porém Rute resolveu continuar em sua companhia, pois havia feito uma escolha radical em sua vida e não abriria mão do que havia conquistado. Ela escolhera servir ao Deus Vivo de Israel. Ela conhecera o cuidado desse Deus Glorioso com o seu povo por meio de sua história, a agora cria que poderia confiar na sua provisão e cuidado. Agora seus olhos estavam abertos e ela sabia que o Criador do universo era suficiente para cuidar dela, de sua sogra e certamente de sua descendência futura. Ela se apegou à sogra, dizendo: [...] “Não me instes para que te deixe e não me obrigue a não seguir-te; porque, aonde que fores, irei eu e, onde que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo e o teu Deus é o meu Deus.”(Rt 1.16.)

As lutas da vida sempre nos colocam em uma encruzilhada, diante de dois caminhos a escolher: ou a vontade de Deus, com grandes desafios pela frente, ou a inclinação do coração (medo, duvidas, e etc.) para as coisas mundanas, com conseqüências funestas e irreversíveis... Orfa tinha uma fé por conveniência, porque lhe era conveniente, mas quando já não lhe era mais conveniente retornou à velha vida, ao paganismo e cegueira espiritual, porém Rute não podia virar as costas a Deus, apesar de sua viuvez e atual pobreza. Mesmo que o caminho à frente pareça escuro, o passo dado em direção a Deus é seguro e, Nele, se encontra paz. A fidelidade inerente ao caráter divino nos faz caminhar em segurança, mesmo pelo que “vale da sombra e da morte”...

Rute foi com Noemi para uma aventura desafiadora. Elas teriam que viajar por estradas muito perigosas, e eram apenas duas mulheres viúvas. Elas iriam chegar a uma cidade onde, em pobreza total, deveriam trabalhar com as próprias mãos e depender totalmente de Deus para o seu sustento. Nem sempre as viúvas eram respeitadas, mas a lei, dada pelo Senhor no Sinai, ordenava que seu povo, na época da colheita, não rebuscasse seu campo, mas que deixasse um pouco do produto da terra para o órfão, a viúva e o estrangeiro. E, quando chegam a Belém, era precisamente a época da colheita de cevada, e Rute foi ao campo de Boaz.

Nada do que acontece na vida, de quem se entrega a Deus, acontece por acaso. Deus tem o controle de tudo em suas mãos poderosas. Ele nos guia por seu caminho, quando Nele confiamos. Ele é o defensor do fraco e do abatido. Ele é o pai dos órfãos e marido das viúvas. Ele é o provedor daquele que coloca sua confiança em suas palavras.

Rute trabalhou com diligência e humildade, colhendo cevada nos campos de Boaz. A notícia de seu carinho com sua sogra a torna respeitada entre os belemitas. E Boaz recebe dela a proposta de ser o seu “resgatador”. Rute pede que Boaz compre as terras de Elimeleque e, casando-se com ela, levante descendência àquela família. E ele se alegra muito com este pedido. Boaz era bem mais velho que Rute e elogiou sua sabedoria, revelada em submissão e humildade: “Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência do que a primeira, pois não fostes após jovens, quer pobres, quer ricos. Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” (Rt 3.10-11.) Boaz elogiou o seu caráter e colocou Rute em posição de honra. Rute ouviu os conselhos de Noemi e se dispôs a fazer o que lhe tinha sido orientado. Quantas mulheres se perdem em experiências traumáticas por causa da tolice de suas escolhas. Vão atrás do que é passageiro e fútil. Hoje a tônica básica norteadora das escolhas, principalmente em termos de casamento, tem sido o prazer, a aparência externa e o proveito financeiro de um relacionamento.

Quantos se casam já pensando que pode não dar certo, e que, se isto acontecer, é só separar... Quantas lágrimas seriam poupadas se houvesse a busca da vontade de Deus nos casamentos... Quanto sofrimento seria evitado se houvesse humildade e sabedoria nas escolhas da vida... Quantos lares ainda estariam de pé se os conselhos de pessoas mais velhas e cheias da sabedoria de Deus fossem ouvidos... Quantas famílias bonitas teríamos, com descendentes abençoados, se nossas jovens, apesar de circunstâncias adversas, tivessem a fé firme e inabalável no Deus Vivo de Israel...

Rute pediu que Boaz a resgatasse, e entrou para a linhagem do “Messias prometido”. Ela gerou um filho, Obede, desse casamento feliz e abençoado. Obede gerou a Jessé e este a Davi. Da descendência de Davi veio o “Salvador”, o “resgatador”, de toda a humanidade. Jesus nos comprou com o seu sangue, nos deu um nome (filhos de Deus), uma família e uma pátria nos céus




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